sábado, 1 de abril de 2017

Ebenézer agora é COMADEPLAN

01.04.2017
Do blog  da IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS EBENÉZER EM PERNAMBUCO
Por Tânia Passos Araujo*

O Ministério passou a integrar a Convenção dos Ministros das Assembleias de Deus do Planalto Central vinculada à CGADB






A Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ebenézer de Pernambuco (IEADEPE),e todo o seu corpo de Ministros passaram a integrar, oficialmente,  a partir deste sábado, 01.04.17,  a Convenção dos Ministros das Assembleias de Deus do Planalto Central (COMADEPLAN) no Distrito Federal (DF). A Ebenézer seguiu o caminho, aberto por Deus, através da COMADEPLAN que tem alcance nacional e é ligada à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil – CGADB, o que permite que os seus ministros tenham reconhecimento nacional e internacional dentro da convenção mãe, que é a CGADB.

O ingresso da Ebenézer é também o reconhecimento da seriedade dos ensinamentos da Palavra de Deus, de acordo com o credo das Assembleias de Deus no Brasil, que tem como uma de suas premissas a crença na atualidade nos dons espirituais, sendo a maior igreja pentecostal do país.

Presidente da COMADEPLAN, Pr. Rinaldo Alves
e sua esposa,a  missionária  Izabel

COMADEPLAN é presidida pelo pastor Rinaldo Alves dos Santos, que junto com o 1° secretário, pastor Djalma Gonçalves, desde os primeiros contatos com a Ebenézer, mostraram-se receptivos à filiação. “Importante destacar o papel do pastor Severino Ramos, pastor-presidente da Assembleia de Deus Adoração em Pernambuco, que nos ajudou na aproximação com a COMADEPLAN, comentou o Pr. Robenildo Lins, vice-presidente da Ebenézer.

Pastor Rinaldo Alves dos Santos, presidente da COMADEPLAN/CGADB, em frente à sede nacional da Convenção, em Brasília, Distrito Federal.

A entrada da Ebenézer na COMADEPLAN, já estava nos planos celestiais. “Foi uma intervenção de Deus. A igreja precisava ter essa filiação para sua expansão ser cada vez mais articulada com as demais Assembleias de Deus em Pernambuco e no Brasil”, afirmou o pastor-presidente da Assembleia de Deus Ebenézer de Pernambuco, José Lins. O trabalho também foi ressaltado pelo vice-presidente do ministério Ebenézer, o pastor Robenildo Lins. “É um sonho realizado. É o cumprimento de uma promessa feita por Deus e dessa forma, alavancar mais um alvo para continuar a obra de Deus, honrando ao Senhor e também honrando a quem nos deu essa oportunidade como aCOMADEPLAN que confiou no nosso trabalho, e que por meio desta filiação, estamos também vinculados àCGADB, destacou o pastor.

Presidente da Ebenezer em Pernambuco, Pr. José Lins e esposa Edileusa  Lins, ladeados pelo vice-presidente, Pr.Robenildo Lins e sua esposa Ana Lins, felizes pela filiação à COMADEPLAN/GGADB.

COMADEPLAN tem um alcance nacional e internacional e se tornou um braço forte para receber igrejas de pequeno porte, uma vez que as igrejas menores não têm uma condição de chegar à CGADB pela exigência de um número mínimo de ministros. “É o caminho do fortalecimento das igrejas pequenas, que o Senhor tem levantado;essas portas estão sendo abertas para a unificação dessas igrejas, bem como seu fortalecimento espiritual através da uniformidade doutrinária via COMADEPLAN e a CGADB. É preciso destacar que Deus está honrando  essas pequenas igrejas, uma vez que elas estão fazendo o que as grandes deixaram de fazer; por isso  Deus tem aberto e abençoado muito essas igrejas”, declarou o pastor Robenildo Lins. “Há muitas Assembleias de Deus que estão precisando se ligar a uma convenção e muitas vão chegar à COMADEPLAN e à CGADB, em nome de Jesus”, afirmou o pastor-presidente da Ebenézer, José Lins.

Pr. Djalma Gonçalves,  1° secretário da
COMADEPLAN e sua esposa, a missionária Aldeci.
Em junho, a Ebenézer irá participar da Assembleia Geral Ordinária (AGO) da COMADEPLAN, em Brasília, onde serão referendados também como ministros filiados à CGADB. A COMADEPLAN passou a ter mais uma extensão em Pernambuco. O caminho é uma alternativa para as igrejas menores e independentes terem o respaldo de uma instituição nacional e com alcance internacional. “A COMADEPLAN tem também trabalhos missionários em vários países da América do Sul, Europa e Estados Unidos. E no Brasil, nós já estamos presentes em estados como Goiás, Bahia, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte e em Pernambuco, onde teve início, no Agreste do estado, no município de Caruaru com várias igrejas filiadas à COMADEPLAN. E, recentemente, Recife, por meio do pastor Severino Ramos, pastor-presidente da Assembleia de Deus Adoração, que tem congregações em várias cidades do estado. E, agora, o Ministério Ebenézer, de Olinda, que com os olhos da fé, já vejo que haverá culto de ação de graças e eu quero estar presente”, destacou o 1° secretário da COMADEPLAN,  pastor Djalma Gonçalves.

Na primeira fila, da esquerda para a direita, os evangelistas, Almir Correia, Irineu Messias, Mário Miguel, os pastores Robenildo Lins e José Lins e o evangelista Gilmar Fernandes

A homologação do Ministério da Assembleia de Deus Ebenézer irá ocorrer durante a  32 º Assembleia Geral Ordinária (AGO), que ocorrerá nos dias 16, 17 e 18 de junho, em Brasília. Além do pastor-presidente da Ebenézer, José Lins, e do vice-presidente, o pastor Robenildo Lins, também participarão do evento quatro ministros, que serão referendados como Ministros Evangélicos da CGADB, portanto, de alcance nacional em qualquer uma das Assembleias de Deus do Brasil: os evangelistas Mário MiguelGilmar Fernandes, Almir Correia e Irineu Messias“Nós já somos reconhecidos como ministros dentro do Ministério Ebenézer, mas esse reconhecimento eclesiástico terá alcance nas outras Assembleias de Deus, a partir dessa oficialização, e isso é importante dentro do exercício  do Ministério”, apontou o evangelista Gilmar Fernandes.



*Tânia Passos Araujoé jornalista e membro da Igreja Assembleia de Deus Ebenézer em Pernambuco.
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Fonte:http://ieadepe.blogspot.com.br/2017/04/ebenezer-agora-e-comadeplan.html

sábado, 18 de fevereiro de 2017

A IGREJA E A POLÍTICA

18.02.2017
Do blog IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS EM PERNAMBUCO
Postado por Pr. Robenildo Lins                                   

Comentaremos sobre as relações dos cristãos, igrejas e pastores com a política. lenvantando a seguinte questão: "Deve uma igreja cristã envolver-se em campanha política?". Esta pergunta é pertinente em nossos dias, pois corriqueiramente em épocas de eleições se vê igrejas transformando seus púlpitos em palanques eleitorais e trocando as músicas feitas para Deus por jingles de campanha.

É de Bertold Brecht (1898-1956) o seguinte pensamento: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão sem entendimento que se orgulha e estufa o peito, dizendo que odeia a política. Não sabe que de sua ignorância nasce à prostituta, a criança abandonada, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e o explorador das empresas nacionais e multinacionais".

O cristão como cidadão de uma sociedade democrática e pluralista deve desenvolver uma correta consciência política, interferir nos destinos da nação por meio do voto e participar da vida pública candidatando-se a cargos públicos. O cristão não deve ser um alienado político. Mas, e a Igreja cristã como instituição divinamente estabelicida por Deus deve envolver-se na política e em suas campanhas eleitorais?

Creio que, devido ao princípio da separação entre a Igreja e o Estado, a Igreja não deve tomar partido deste ou daquele candidato, ou deste ou daquele partido político. Isso significa que não é eticamente correto transformar o púlpito da igreja num “palanque” eleitoral, nem tampouco a Igreja assumir qualquer responsabilidade política, secretaria ou ministério seja do governo municipal, estadual ou federal.

Quando uma igreja apóia abertamente um candidato ou um partido político ou uma coligação está se colocando politicamente contra uma parcela da sociedade que não apóia tal candidato ou tal partido político. Ou seja, quando uma igreja se torna politicamente amiga de um grupo, automaticamente se torna inimiga de outro. Isto é totalmente contraditório à natureza da Igreja e à sua missão na terra que é atrair todos os homens para Cristo, através da fé em Jesus.

O partidarismo político na Igreja é um grande obstáculo e um enorme empecilho para a evangelização dos homens. Aliás, a evangelização, o anúncio das Boas Novas, é um dos grandes propósitos de Cristo para sua Igreja. O partidarismo político faz a igreja ir à contramão desse grande propósito. Com certeza isso é algo que não agrada o coração de Deus.

E o cristão? É lícito ao cristão candidatar-se a um cargo político? Acredito que, embora a Igreja deva ser “apolítica”, seus membros têm o direito como cidadãos de um país democrático de se candidatarem e se elegerem para cargos políticos, fato este que deve ser encorajado a fim de que haja a transformação da nossa sociedade em uma sociedade mais justa e piedosa.

Nada há na Palavra de Deus que proíba o cristão de filiar-se a um partido político e candidatar-se a um cargo público. Pelo contrário, a Bíblia relata a história de grandes homens de Deus que assumiram funções políticas: José, primeiro-ministro do Egito; Davi, rei de Israel; Josias e Ezequiel reis de Judá; Daniel, um dos ministros de Estado do reino da Pérsia; Mordecai, primeiro-ministro na Pérsia; Neemias, governador de Judá após a volta do cativeiro; etc.

Devido à corrupção que impera na política brasileira, a sociedade clama por homens e mulheres que levem a sério os cargos públicos para os quais foram eleitos pela população. Isto mostra que o meio político precisa cada vez mais de políticos cristãos comprometidos com Deus e com a sociedade.

Todavia, diante desta grande e urgente necessidade, particularmerte vejo uma problemática que a igreja tem diante de si e que precisa ser resolvida. O grande desafio para a Igreja é encontrar alternativas e meios de eleger candidatos cristãos comprometidos com Deus e com a sociedade, sem transformar o púlpito da Igreja em “palanque” político, e sem usar a Igreja como instrumento de manobra das massas.

Precisamos também fazer algumas indagações: a grande maioria dos políticos que se dizem cristãos têm realmente exercido influência positiva na política, ajudando efetivamente a transformar para melhor a sociedade brasileira? A medida que elegemos mais e mais cristãos tem diminuído os índices de criminalidade e corrupção no Brasil afora? Os políticos "cristãos" têm sido verdadeiramente “sal da terra e luz do mundo” conforme Jesus ordenou? Não têm sido alguns políticos “cristãos” encontrados envolvidos com a corrupção? Quantos políticos nominalmente cristãos que se elegeram levantando a bandeira do evangelho estão envolvidos nos escandalosos "mensalões" da vida pública, não somente em Brasília, mas em todo o País? Uma vergonha! Precisamos pensar, refletir, sobre esta triste realidade...

E na hora de votar? Qual deve ser a postura do cristão? Como se deve escolher em quem votar? Creio que devemos sempre nos fundamentar nestes princípios do voto ético:

1. O voto é intransferível e inegociável. Com ele o cristão expressa sua consciência como cidadão. Por isso, o voto precisa refletir a compreensão que o cristão tem de seu País, Estado e Município.

2. O voto é uma questão de consciência pessoal. Portanto, o cristão não deve violar a sua consciência política. Ele não deve negar sua maneira de ver a realidade social, mesmo que um líder da igreja tente conduzir o voto da comunidade numa outra direção.

3. Os pastores e líderes têm a obrigação de orientar aos fiéis sobre como votar com ética e com discernimento. No entanto, devem evitar transformar o processo de elucidação política num projeto de manipulação e indução político-partidário. A diversidade social, econômica e ideológica que caracteriza a igreja evangélica no Brasil deve levar os pastores a não conduzir processos político-partidários dentro da igreja, sob pena de que, em assim fazendo, eles dividam a comunidade em diversos partidos.

4. O pastor não deve permitir que candidatos, partidos ou coligações usem a ele próprio e a igreja como “cabos eleitorais” de campanha política. A igreja não deve ser usada como palanque político para manobra das massas.

5. É fundamental que o candidato evangélico queira se eleger para propósitos maiores do que apenas defender os interesses imediatos de um grupo ou de uma denominação evangélica. É óbvio que a igreja tem interesses que passam pela dimensão política. Todavia, é mesquinho e pequeno demais pretender eleger alguém apenas para defender interesses restritos às causas temporais da igreja. Um político evangélico tem que ser, sobretudo, um cristão na política, e não apenas um “despachante” ou “office-boy” de igrejas.

6. Não basta o candidato ser crente, irmão na fé, honesto e ter boas intenções. É preciso avaliar se tal pessoa possui qualificações e vocação política para o cargo, mesmo que não tenha experiência política. O que deve ser observado no candidato:

a) Se o candidato é uma pessoa lúcida, que já está envolvida em causas sociais, e comprometida com as causas de justiça e da verdade.

b) Se possui uma ideologia social e político-partidária clara e definida. A grande maioria dos candidatos nem sabe o que é isso. Estão em determinado partido não pela sua ideologia político-social, mas pelas chances que tal partido lhe dá de ganhar as eleições.

c) Se é um bom administrador, tanto de sua vida pessoal quanto de seus negócios.

d) Se possui um plano de governo e propostas claras e tangíveis.

7. Não basta o candidato ser carismático, falar bonito ou sair bem na foto. É necessário analisar se tal candidato possui qualificações e vocação política para o cargo, se é honesto e trabalhador. É importante também saber qual é a posição do candidato sobre questões morais e religiosas.

8. Se alguém está pensando em votar em um candidato que já exerceu ou está exercendo um cargo político, deve procurar saber quais foram as suas realizações e projetos durante o seu mandato. Não adianta, por exemplo, um vereador apresentar vários projetos se nenhum deles traz benefícios práticos à população (nome de rua, honra ao mérito, data comemorativa, etc.).

9. Os fins não justificam os meios. Portanto, o eleitor cristão não deve jamais aceitar a desculpa de que votou em um determinado candidato apenas porque obteve a promessa de que, em fazendo assim, ele conseguirá alguns benefícios para a igreja, sejam rádios, concessões de TV, imóveis, linhas de crédito bancário ou outros “trocos”, ainda que menores. É verdade que nos bastidores da política haja acordos e composições de interesse, entretanto, admitir que tais “acertos” impliquem a prostituição da consciência de um cristão, mesmo que a “recompensa” seja, aparentemente, muito boa para a expansão da causa evangélica. Afinal, Jesus não aceitou ganhar os “reinos deste mundo” por quaisquer meios. Ele preferiu o caminho da cruz.

10. Os eleitores evangélicos devem votar nos candidatos de sua escolha, sobretudo, baseados em programas de governo, e não apenas em função de “boatos” do tipo: “O candidato tal ateu”; ou: “O fulano vai fechar as igrejas”; ou: “O sicrano não vai dar nada para os evangélicos”; ou ainda: “O beltrano é bom porque dará muito para os evangélicos”. É bom saber que a Constituição do Brasil não dá a quem quer que seja o poder de limitar a liberdade religiosa de qualquer grupo. Além disso, é valido observar que aqueles que espalham boatos, quase sempre, têm a intenção de induzir os votos dos eleitores assustados e impressionados, na direção de um candidato com o qual estejam comprometidos.

11. Nenhum eleitor evangélico deve se sentir culpado por ter opinião política diferente da de seu pastor ou líder espiritual. O pastor deve ser obedecido em tudo aquilo que ele ensina sobre a Palavra de Deus, de acordo com ela. No entanto, no âmbito político, a opinião do pastor deve ser ouvida apenas como a palavra de um cidadão, e não como profecia divina.

Por fim, quero concluir falando sobre a compra de votos. O que significa a “compra de votos”? A compra de votos é o ato do candidato que propõe ao eleitor que este lhe dê o seu voto, em troca de algum bem ou vantagem que lhe é entregue ou oferecido.

A criatividade para conseguir o voto do eleitor não tem limites quanto aos bens e vantagens pessoais oferecidos, especialmente diante de tantas carências populares. Segundo uma pesquisa, a lista é longa e vai desde alimentos básicos diversos tais como açúcar, óleo, sal, tíquetes de leite, bebidas, dentaduras, óculos, sapatos, roupas, ajuda para obter documentos, pagamento de fiança de presos, cimento, areia, pedra, tijolos e outros materiais de construção, além de ferramentas, insumos agrícolas, uniformes para clubes esportivos, bolas e redes, enxovais, cobertores, berços, etc. Uma lista sem fim que expõe todas as dificuldades vividas pelo povo brasileiro.

O artigo 299 do Código Eleitoral brasileiro (Lei no.4737, de 15 de julho de 1965) estabelece que a compra de votos de eleitores é um crime com a pena prevista de até 4 anos de reclusão, além de multa. Além da prisão, o candidato deixará de ser candidato tendo seu registro cassado pelo Juiz Eleitoral.

Termino citando as palavras de Jesus à Poncio Pilatos, momentos antes de sua crucificação: "Nenhuma autoridade terias... se de cima não te fosse dada" (Jo 19:11). 
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Fonte:http://ieadepe.blogspot.com.br/2017/02/a-igreja-e-politica.html

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Entrevista com o Pastor José Lins, novo pastor-presidente da Assembleia de Deus Ebenézer em Pernambuco

Por Tânia Passos*

“Até aqui o Senhor tem nos abençoado”

O pastor-presidente da Assembleia de Deus Ebenézer, José Lins e a sua esposa, a irmã Edileuza Lins deram uma entrevista ao blog da igreja e contaram  sobre as suas experiências em 35 anos de obra para o Senhor e falaram também dos novos desafios para o plantio de novas igrejas. Conheça mais um pouco sobre a história desse homem e dessa mulher de Deus, que fizeram sacrifícios pela obra de Nosso Senhor Jesus Cristo. E como diz o pastor Lins, eles ainda não fizeram nada.

Pr. Robenildo Lins, agora vice-presidente da Ebenézer, passando a presidência da Igreja, com muita alegria e convicção,  para o Pr. José Lins

A Igreja Assembleia de Deus Ebenézer orando pelo seu novo pastor-presidente, Pr. José Lins e sua esposa Edileuza Lins

Pastor José Lins, como é a alegria de estar participando agora da Assembleia de Deus Ebenézer?

R – Eu estou pulando de alegria. O coração está a mais de mil.Esse é um desejo que nasceu e hoje completa oito meses nessa luta e vencemos, graças a Deus.Deus fez a promessa e a gente olha as promessas serem cumpridas uma a uma em nossas vidas. Por isso estamos felizes, porque Deus está nesse negócio.

Pastor Lins, o senhor é um plantador de Igrejas?

R- Eu construí algumas, reformei algumas e dentro do estado de Pernambuco, no Agreste, no Sertão e na Região Metropolitana. Mas a verdade é que eu não fiz nada ainda. Eu desejo fazer e gosto de desafios e quando Deus me incomoda é uma benção.

Irmã Edileuza, a senhora participou, ao lado do pastor Lins, da implantação de novas igrejas e missões pelo estado a fora. Como é que está o sentimento de fazer esse trabalho agora na Ebenézer?

R – Estamos felizes com mais essa oportunidade que Deus tem nos dado. A Bíblia diz que tudo é no tempo determinado de Deus. Deus fez essa promessa aos meus filhos quanto eles eram pequenos, que ia usar eles, mas não sabíamos que era dessa maneira. Nós fomos enviados para trabalhar no campo, no Sertão e quando Robenildo (filho pastor), abriu aqui. O coração de meu marido ficou ansioso pra vir, mas eu dizia espere o tempo de Deus e chegou o tempo. E nós estamos aqui para ajudá-lo e fazer a obra de Deus agora com muito mais vontade e ânimo. Vamos juntos dar as mãos para Jesus operar maravilhas.

Pastor Lins, o senhor passou por vários lugares. Quantas igrejas o senhor plantou e por quantas cidades? O senhor lembra ou já perdeu a conta?

R- Agora você me pegou (risos), mas saindo da Região Metropolitana do Recife, em 2004, nós fomos enviados para a cidade de Limoeiro e lá construímos uma igreja, na verdade duas igrejas e reformamos mais duas e deixamos terrenos pagos para serem construídas outras. Quando se fala de Limoeiro, está se falando também de Feira Nova e outros distritos próximos. E lá passamos seis anos e fomos enviados para a cidade de Catende (Zona da Mata). Em Catende como base nós tínhamos, duas congregações na cidade e duas dentro de Palmares, uma em Jaqueira, São Benedito do Sul, Maraial, Quipapá, Lage Grande, entre outras.  E de lá, após uma temporada de mais de três anos, nós fomos para o Sertão, em Cabrobó, onde construímos uma linda igreja e fomos abençoados com um terreno para construir a sede, mas fui levado depois para a cidade de Petrolina, também uma benção. Começamos a construir um templo muito lindo e algumas reformas, ai viemos de volta para o Recife. Isso é um tempo longo, mas com o propósito de Deus.Em Abreu e Lima também fizemos algumas construções e agora nós estamos aqui. Por isso, eu gosto de plantar e colher. Eu gero muitos filhos na fé, diáconos, presbíteros, evangelistas, pastores, missionários e isso porque Deus nos condicionou e permitiu que tudo acontecesse e aqui não vai ser diferente. Vamos continuar a fazer a obra de Deus.

Irmã Edileuza, como é ser esposa de pastor que tem tantos chamados? Tem que abrir mão de muita coisa?

R-  Sim. É muito difícil. Tem gente que tem sede, mas a gente sabe que é uma responsabilidade muito grande. Quando nós fomos para o Sertão, eu abri mão e deixei meu filho em casa com 18 anos. Ele estava noivo, mas não sabia lavar uma colher. E ficou sozinho e a cada oito dias eu vinha de Limoeiro para cá para fazer as coisas. Então, nós sabemos que não é fácil. E para falar a verdade eu nunca gostei de oportunidade. Eu sempre sentei no último banco, mas Jesus nos surpreendeu me dando esse marido maravilhoso, esse homem de Deus e hoje estamos assim, fazendo a obra e trabalhando para Jesus.

 Vocês têm quanto de casados e de obra? (Ela responde)

R- Nós temos quarenta e cinco anos de casados e 35 anos servindo a Deus. Aceitamos no mesmo dia.

 Pastor Lins, como foi essa experiência de aceitar Jesus?


R- É uma história linda. Quando nasceu o desejo ai vem aquele negócio de convencer a família e nós fomos todos juntos para a igreja. Sentamos no último banco, mas o coração já dizia que quando o pastor Isaac fizer o convite eu vou ser o primeiro. Mas quando o pastor fez o convite tinha alguém que estava mais ansioso do que eu e aceitou primeiro e fomos depois. Eu, ela e os quatro filhos. E até aqui Deus tem nos abençoado. 

*Tânia Passosé jornalista do DIÁRIO DE PERNAMBUCO e membro da Igreja Assembleia de Deus Ebenézer em Pernambuco.
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Fonte:http://ieadepe.blogspot.com.br/2017/02/entrevista-com-o-pastor-jose-lins-novo.html

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

A SABEDORIA DIVINA PARA A TOMADA DE DECISÕES

09.02.2017
Do blog ESTUDO BÍBLICOS, 12.2016


Texto Áureo Pv. 2.6 – Leitura Bíblica I Rs. 4.29-34



INTRODUÇÃO

A aula de hoje terá como tema central a importância da sabedoria divina para a tomada de decisões. O personagem central do estudo será Salomão, e a capacitação que ele recebeu de Deus, para conduzir Israel. Inicialmente mostraremos que essa foi uma sabedoria do alto, em seguida, destacaremos a figura do monarca, ressaltando suas habilidades diante do reino, e ao final, refletiremos sobre sua capacidade administrativa para tomar decisões.

1. A SABEDORIA DIVINA

A sabedoria de Salomão não era meramente humana, ela tinha uma procedência sobrenatural, fora dada pelo próprio Deus. Não estamos afirmando que tudo que esse rei fez foi correto. Longe disso, diferentemente do seu pai Davi, Salomão foi um rei extravagante, que impôs um jugo pesado sobre o povo, e um político que se fiou em seus acordos. Mesmo assim, Deus esteve com ele, auxiliando-o nos momentos difíceis. Ele é reconhecido nas Escrituras, especificamente na genealogia de Jesus (Mt. 1.6,7), e tido como um exemplo de esplendor (Mt. 6.29) e sabedoria (Mt. 14.22). A identificação mais comum em relação a Salomão diz respeito à construção do templo (At. 7.47), um símbolo da religiosidade israelita. O nome Salomão vem do hebraico “shalom” que quer dizer “paz”. A vida desse monarca está repleta de paradoxos, uma demonstração desses é a construção do templo, que durou sete anos, e de um palácio para ele, que demorou treze anos (I Rs. 6.37 – 7.1).

Ao mesmo tempo em que Israel alcançou um considerável poder político, experimentou uma derrocada espiritual. O próprio rei é uma demonstração desse retrocesso, pois por causa das suas alianças políticas, e dos seus casamentos com mulheres pagãs, precisou ser disciplinado pelo Senhor (I Rs. 11). Ele começou bem, andando nos preceitos de Davi, seu pai (I Rs. 3.3), de modo que o Senhor lhe ordenou: “pede-me o que queres que eu te dê” (I Rs. 3.5). Ele reconhecendo que não seria fácil suceder a Davi, condição que carregaria ao longo da existência, pediu ao Senhor sabedoria, para conduzir o povo de Israel.

2. DADA POR DEUS A SALOMÃO

Em duas ocasiões o Senhor se revelou a Salomão em sonhos, e em uma dessas situações, o monarca se apresentou humildemente perante Deus, reconhecendo-se como “servo”. Ele sabia que teria o desafio de construir um templo, que seria dedicado ao Deus de Israel. Diante desse desafio, confessou suas limitações, e buscou a graça de Deus (I Rs. 3.6-9). Por fim, em sua oração, Salomão pede ao Senhor que lhe dê sabedoria para governar a nação (I Rs. 3.9). Não se trata de uma sabedoria para a vida espiritual, antes de um conhecimento prático, a fim de tomar as decisões acertadas. Esse tipo de sabedoria pode ser identificada no livro de Provérbios, boa parte deles escritos por Salomão, no qual encontramos ditos que revelam a praticidade do conhecimento do rei (Pv. 3.1-18). No contexto de um governo teocrático, Salomão reconheceu que não poderia desempenhar sua função a contento a menos que fosse direcionado pelo Senhor.

Uma demonstração dessa sabedoria nos é dada em I Rs. 3.16-28, no caso do julgamento de duas mulheres que discutiam a maternidade de uma criança. Cada uma delas defendia ser a mãe de uma criança, era a palavra de uma contra a outra. Na verdade, uma delas havia roubado o filho da outra, e dizia ser seu. Elas foram até o rei, para arbitrar aquela situação complicada, mas Salomão, dependendo da sabedoria de Deus, propôs dividir a criança ao meio, e entregar uma parte a cada uma delas. Através dessa estratégia, a verdadeira mãe se revelou, o nome do Senhor foi glorificado, e a fama do rei se espalhou.

3. PARA A TOMADA DE DECISÕES

Assim como seu pai Davi, Salomão ficou conhecido como um grande administrador (II Sm. 8.15-18; 20.23-26). Ele escolheu as pessoas apropriadas para auxiliá-lo na condução dos trabalhos (I Rs. 4.1-6). Um líder sábio é capaz de perceber outros líderes, e mais que isso, de demonstrar humildade, para ouvir a opinião dos outros. Ele também não teve receio de dividir as atribuições, demarcar territórios administrativos, e delegar pessoas de confiança para governa-los (I Rs. 4.7-28).

A liderança eficaz, sobretudo nos momentos de crise, acontece por meio da divisão de responsabilidades. O líder que não confia nas pessoas, e que sempre se sente acuado, dificilmente terá êxito em seus intentos. Por outro lado, Salomão falhou onde a maioria dos líderes fracassam, no orgulho e na prepotência, ao se colocar no centro das atenções. Ele começou a se vangloriar dos presentes que recebia das nações vizinhas. E contrariando a lei de Deus, multiplicou os seus cavalos (Dt. 17.16), chegando mesmo a construir cidades especiais, somente para abrigá-los (I Rs. 4.26).

No período da meia idade, Salomão substituiu a sabedoria de Deus pelo conhecimento humano. Ele se transformou em um “mero” cientista, ao invés de atentar para o Criador, centrou sua atenção apenas na criação. Os escritos dos Provérbios, boa parte deles escritos por esse sábio, servem de orientações práticas para a vida, se interpretados adequadamente, sem fazer generalizações. Salomão, a fim de manter-se no poder, acabou fazendo uma série de alianças, algumas delas bastante prejudiciais, tanto para ele, quanto para o povo de Israel.  

CONCLUSÃO

A redenção de Salomão se encontra no livro de Eclesiastes, nas páginas daquele livro sapiencial acompanhamos a análise de um homem que se tornou rei, e que colocou seu coração em coisas que não agradavam a Deus. No final de tudo, chegou a uma conclusão que deve ser observada por todos aqueles que querem encontrar a verdadeira sabedoria: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; por isto é o dever de todo o homem” (Ec. 12.13). Essa é a sabedoria que vem de Deus, esse é, de fato, o princípio da sabedoria (Pv. 1.7).
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Fonte:http://irmaoteinho.blogspot.com.br/2016/12/a-sabedoria-divina-para-tomada-de.html

sábado, 4 de fevereiro de 2017

ESCOLA DOMINICAL: A importância das Lições Bíblicas

04.02.2017
Do portal da CPAD NEWS, 06.05.2010
ENSINADOR CRISTÃO
Por César Moisés Carvalho*

A importância das Lições Bíblicas na coesão doutrinária nas Assembleias de Deus no Brasil

A importância das Lições Bíblicas

No início da expansão da Igreja, o evangelista e historiador Lucas escreve que os membros perseveravam na “doutrina dos apóstolos” (At 2.42). Cientes de que o Canon do Novo Testamento ainda não existia, presume-se que era preciso que houvesse critérios rigorosos na escolha dos responsáveis pelo ensino do grupo que se delineava e crescia aceleradamente. Na contemporaneidade o cuidado não pode ser menor, conquanto o crescimento e a expansão sejam fatores positivos, não há como deixar de reconhecer que ambos trazem efeitos que interferem no aspecto qualitativo.

Com uma tradição de quase noventa anos, a revista Lições Bíblicas da CPAD é a principal responsável pela coesão doutrinária de nossa igreja no Brasil. De Norte a Sul e de Leste a Oeste, verifica-se que, salvo as questões de usos e costumes e pouquíssimas diferenças litúrgicas, as Assembleias de Deus são doutrinariamente coesas. Isso se deve ao cuidado de nossa liderança que, desde o suplemento denominado Estudos Dominicaes, escritos pelo missionário Samuel Nyström e publicados no primeiro jornal da denominação – Boa Semente – que circulou em Belém, Pará, no início da década de 20, passando pelo lançamento oficial da revista Lições Bíblicas, o qual se deu em 1930, na cidade do Rio de Janeiro, até os dias de hoje com o atual currículo, repito, devemos nossa coesão doutrinária às revistas e ao trabalho voluntário de milhões de professores que, a cada domingo, ministram o mesmo conteúdo bíblico em nossas igrejas em todo o território nacional.

Mesmo cientes da diversidade que existe em um país de proporções continentais como o nosso, é fato que, assim como na educação laica, não há como fugir do “livro didático”, pois os educadores precisam de um norte para os seus educandos. Evidentemente que a escolha do material padrão a ser usado nas escolas é, em tese, realizada com base em critérios rigorosos e muito claros, os quais devem atender as necessidades básicas ou mínimas dos alunos. De igual forma, as Lições Bíblicas do currículo da CPAD são elaboradas e produzidas tendo em vista este mesmo princípio. Tanto que, nas duas últimas renovações curriculares e no primeiro encontro de superintendentes de Escola Dominical, ocorrido em 1996, no Hotel Glória, Rio de Janeiro, a Editora ouviu a opinião e anseios dos líderes quanto às reivindicações e mudanças esperadas do material da Casa. Esta democratização do ensino só é possível quando a editora pertence à própria denominação e tem lastros de relacionamento que a torna orientada pela liderança desta mesma igreja.

Mesmo com esta visão existe outro problema, e este de ordem técnica: Como atender satisfatoriamente a um país marcado por tantas diferenças culturais? Somente uma mesma igreja que possui sua própria editora é quem pode se habilitar a cumprir tal proposta. À parte da questão teológica ou doutrinariamente ortodoxa, é preciso pensar nos cuidados pedagógicos, didáticos e filosóficos que fundamentam a elaboração de um currículo. A intenção educacional por trás desses pressupostos é imprescindível e crucial para se vislumbrar que “tipo” de cristão se quer formar. O currículo não pode ser um amontoado de textos desconexos ou simplesmente um “conjunto de revistas”. É preciso entender de desenvolvimento humano em suas diferentes etapas ou faixas etárias para se elaborar um currículo pedagogicamente praticável. E é partindo desse pensamento que a CPAD possui uma equipe de Educação Cristã habilitada e com competência técnica para pensar com seriedade, temor e profissionalismo a esse respeito. 

São esses princípios que norteiam a prática pedagógica da CPAD: teologia sólida, ortodoxa, bíblica e apologética aliada a uma produção curricular baseada na psicologia do desenvolvimento do ser humano, ocorrido ao longo da vida e em suas distintas faixas etárias, não unicamente nas esferas cognitiva, física, social e moral, mas também e, principalmente, na espiritual. A Casa Publicadora das Assembleias de Deus entende que a saúde espiritual de uma igreja depende de um ensino correto das Escrituras Sagradas, e o próprio apóstolo Pedro reconheceu isso ao dizer ao Senhor Jesus Cristo que não o deixaria, pois somente o Filho de Deus tem as “palavras da vida eterna” (Jo 6.68). 

E quando se fala em ensinar verdades eternas ou doutrinárias, as quais definem a maneira como a pessoa vai se comportar em relação a Deus é preciso que a igreja tenha clara noção do que pretende: Crescimento integral de sua membresia através do ensino da Palavra de Deus, tendo uma revista com conteúdo bíblico-teológico confiável, ou lições sem encadeamento progressivo de seu currículo, sem identidade confessional e adaptável a qualquer grupo religioso? A CPAD, por exemplo, conta com a experiente consultoria doutrinária e teológica do pastor Antonio Gilberto, e tem em seu quadro de comentaristas, pessoas de reconhecida credibilidade ministerial em todo o país, além de serem homens piedosos e comprometidos com a ortodoxia.

Toda esta tradição das Lições Bíblicas da CPAD deve-se ao Senhor Deus que colocou no coração de nossos pioneiros o cuidado com o ensino das Escrituras Sagradas, e eles, assim como o apóstolo Paulo, não foram desobedientes à visão celestial (At 26.19). Como a história — assim acredito — é feita por Deus e os seres humanos, houve uma longa trajetória para que chegássemos ao estágio que estamos desfrutando. E esse legado precisa ser conhecido pelas novas gerações.


A importância das Lições Bíblicas da CPAD 

Responsável pela coesão doutrinária nas ADs, a revista Lições Bíblicas vem sendo objeto de estudo de inúmeros acadêmicos das mais distintas faculdades (história, pedagogia, psicologia, sociologia, filosofia, sem falar em teologia e nos cursos lato ou stricto sensu), crentes ou não, que acorrem à CPAD a fim de conhecerem in loco o seu acervo de Educação Cristã. Todo esse interesse tem uma explicação: entender como uma massa de cerca 8 milhões de fiéis é tão coesa.

Um pequeno vislumbre histórico demonstra desde a criação dos primeiros periódicos da denominação, os quais tratavam de temas como batismo no Espírito Santo, os dons espirituais e escatologia, que o principal intento da imprensa pentecostal “não é propriamente a notícia, e sim a divulgação doutrinária”.  É reconhecido pelo mesmo catedrático, Gary B. McGee, que, além do jornal Voz da Verdade, e dos jornais Boa Semente (1919) e Som Alegre (1929), os quais na primeira Assembléia Geral Ordinária da CGADB em 1930, realizada na cidade de Natal (RN), se “uniram” e assim deram origem ao Mensageiro da Paz, existe ainda um elemento fundamental na divulgação das doutrinas pentecostais: 

“Outro fator de progresso do ensino teológico no meio pentecostal brasileiro foram as escolas bíblicas dominicais. Realizadas com o apoio de literatura fornecida pela CPAD, constitui-se no principal instrumento de divulgação entre os crentes das doutrinas que caracterizam o movimento, ensejando-lhes a oportunidade de apregoar com segurança a sua fé”.    

Como já foi dito, no início era apenas um suplemento publicado no segundo jornal da denominação — Boa Semente —, intitulado de “Estudos Dominicaes”, mas pouco tempo depois um anúncio nesse mesmo periódico dá conta da existência de revistas propriamente ditas: “Está em andamento a Revista de Escola Dominical que havemos de publicar para auxílio dos estudos dominicaes. O preço será o mais razoável possível”.  O anúncio consta do ano de 1923 no periódico, quando a denominação tinha apenas 12 anos de fundação. Em 1935 (cinco anos após o lançamento das Lições Bíblicas), um aviso do missionário Nils Kastberg no Mensageiro da Paz, evidencia a importância das revistas: “Embora tenhamos aumentado, consideravelmente, a tiragem das ‘Lições Bíblicas’; lamentamos já terem acabado todos os exemplares [...]. Isso, entretanto, nos mostra o progresso glorioso das ‘Assembléias de Deus’”.  

Conhecendo todo esse esforço inicial, a conclusão a que chegou Gary McGee, serve como uma resposta aos que erroneamente acreditam que o pentecostalismo é antagonista à reflexão teológica: “Como se vê, os pentecostais brasileiros, ainda que empiricamente, sempre se preocuparam com o ensino teológico”.  Se apenas ou tão somente os anos de sua existência fossem levados em consideração, já não haveria dúvidas quanto à importância das Lições Bíblicas, mas existe uma questão que precisa ser discutida: Como se deu o desenvolvimento curricular? Como as Assembleias de Deus no Brasil, através da CPAD, desenvolveu o melhor currículo de Escola Dominical?


A evolução curricular da Escola Dominical nas ADs

Em toda a sua trajetória, as revistas de Escola Dominical e, posteriormente, o então Departamento de Escola Dominical, mais tarde Divisão de Educação Cristã e, finalmente Setor de Educação Cristã, contou com os seguintes responsáveis, por ordem cronológica: Samuel Niström, Nils Kastberg, Emílio Conde e José Pimentel de Carvalho (este último, anos depois, foi também diretor do já criado Departamento de Escola Dominical) , Geziel Gomes e Antonio Gilberto (denominados coordenadores, sendo que o último foi criador e, posteriormente, diretor do Departamento de Escola Dominical), Adilson Faria, Raimundo de Oliveira, Antonio Mardônio Nogueira, Gilmar Vieira Chaves, Claudionor de Andrade, Isael de Araujo e Marcos Tuler.

Todos esses nomes contribuíram para que a CPAD possuísse o currículo completo que temos atualmente, mas vale dizer que a intensificação de todo esse processo teve dois grandes momentos: o primeiro, com o pastor Antonio Gilberto, a partir de 1974 com a criação do Caped e do Departamento de Escola Dominical da Casa; e o segundo, com o atual diretor executivo, Ronaldo Rodrigues de Souza que, desde sua posse em 4 de março de 1993, vem consolidando o projeto inicial dos nossos pioneiros e cristalizando a ideia de a CPAD possuir um currículo abrangente (o idealizado pelo pastor Antonio Gilberto em 1980, com seis faixas etárias, só veio se consolidar em 1994, já na administração da atual diretoria), através de grandes projetos como, por exemplo, a campanha Biênio da Escola Dominical 96/97, e o lançamento  em 31 de outubro de 2006 (com vigência para o primeiro trimestre de 2007), do currículo atual que é, sem dúvida, o mais completo (vai desde o berçário até a vida adulta, ou seja, nove faixas etárias, mais duas revistas para grupos específicos sendo as do discipulado e a de não-crentes). 

Até a presente data foram realizados 90 Capeds, 19 Conferências de Escola Dominical e 5 Congressos Nacionais de Escola Dominical (o sexto está marcado para novembro deste ano). Ninguém fez tanto pela Educação Cristã nas ADs como a CPAD, a editora oficial da denominação. Tudo isso, evidentemente, contando com a boa mão do Senhor sobre a editora, somando-se aos esforços de milhares de servos de Deus que, voluntariamente, se doam ao ensino da Bíblia Sagrada todos os domingos utilizando as revistas do currículo da Casa.

Todos os que temos o privilégio de hoje desfrutar dos efeitos salutares de um programa de educação cristã planejado, é importante lembrar que não foi sem dificuldades que o pastor Antonio Gilberto deu início a essa nova fase na ED nas Assembleias de Deus, passando da publicação de uma revista (e outras duas infantis) para o lançamento de um currículo que contemplasse o ser humano em suas diversas etapas da vida. É possível seguramente afirmar que, desde os primórdios da denominação houve uma preocupação com o aspecto doutrinário, mas não havia uma visão pedagógica, do ponto de vista técnico e científico, de como levar a efeito o aprendizado das doutrinas bíblico-pentecostais desde a mais tenra infância. A educação tinha um caráter muito empírico e informal, sendo imaginada apenas em termos “andragógicos”. 

Em março de 1983, na coluna “Escola Dominical” do Mensageiro da Paz, falando sobre o “Novo plano de revistas da Escola Dominical”, escreve o pastor Antonio Gilberto:  “Muitos pastores, professores e alunos da Escola Dominical têm nos informado sobre as dificuldades insuperáveis de ensinar assuntos sumamente difíceis, impróprios e até inconvenientes para os pequeninos, isso pelo fato de até agora o texto bíblico das revistas ter sido único para todas as idades. Sabemos que isso era feito assim, porque não havia outra solução, hoje tendo a Assembléia de Deus mais de 70 anos de trabalho, e com milhões de fiéis, precisamos urgente ter uma série completa de revista da Escola Dominical, cada uma com seu currículo para cada idade.

É o currículo que se adapta ao aluno, e não o aluno ao currículo. As leis da aprendizagem não são invenção humana; são leis e princípios imanentes ao ser humano. Um simples grupo de lições em seqüência continuada, sem relacionamento entre si; e sem levar em conta os agrupamentos de idade, não pode ser chamado de currículo.

Leitura bíblica em classe e texto áureo diferente para cada revista não constituirão dificuldade alguma, havendo o devido cuidado e orientação por parte dos dirigentes e professores da Escola Dominical. Não se trata de mudar doutrina, mas um costume, na área do ensino, mas... mudar para melhor! O real benefício do texto áureo não está no fato de recitá-lo em conjunto na Escola Dominical reunida, mas no ensino bíblico nele contido e assimilado pelo aluno, e isso deve ser feito de acordo com a faixa de idade. Podemos nos esforçar muito e ensinar pouco ou nada, se não soubermos ensinar. Numa casa de família o alimento é preparado de acordo com a idade. Julgamos ser isso diferente na Casa de Deus?

Se esses fatores condicionantes do aprendizado, não forem levados em consideração no ensino, o aproveitamento escolar será praticamente nulo, pois as leis do ensino e da aprendizagem são universais e imutáveis, quer se trate do campo de ação secular ou religioso”.  

Como pôde ser visto, obedecer à visão divina para a Educação Cristã nas Assembleias de Deus no Brasil significou inúmeros esforços de muitas pessoas que se dispuseram a tal empreendimento. É disso que este texto ligeiramente tratou, sendo apenas um contato dos leitores com o assunto que brevemente receberá um merecido tratamento, pois será lançado um livro contando a história da evolução curricular da ED nas ADs. Uma saga muito linda que terá o devido registro, pois moldou a face do maior fenômeno pentecostal do mundo: as Assembleias de Deus no Brasil.

*César Moisés Carvalho é pastor, pedagogo, professor universitário e chefe do Setor de Educação Cristã da CPAD.

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Fonte:http://cpadnews.com.br/ensinador-cristao/780/a-importancia-das-licoes-biblicas.html